A doença de Crohn é uma doença intestinal inflamatória, de causa desconhecida, caracterizada por uma reação imune contra o trato gastrointestinal, podendo acometer qualquer região, da boca ao ânus.
O processo inflamatório tende a ser excêntrico e segmentar, muitas vezes com áreas inflamadas intercaladas com outras sãs. A inflamação pode penetrar profundamente no revestimento do intestino, dificultando a digestão e a absorção dos principais nutrientes presentes nos alimentos, além de que pode ser muito dolorosa e ainda causar diarréia, dor abdominal, náusea e diminuição do apetite.
Foto: US National Library of Medicine
A falta de nutrientes suficientes, que pode ser decorrente de alterações no paladar, redução da ingestão de alimentos ou nutrientes, má absorção ou do próprio processo inflamatório da doença intestinal, juntamente com a diminuição do apetite, podem levar à desnutrição em pessoas com esta doença.
Pacientes com doença de Crohn têm normalmente deficiências nutricionais e incapacidade de manter um peso normal, situação bastante preocupante especialmente em crianças e idosos.
A doença de Crohn é geralmente diagnosticada em pessoas com idade entre 20 e 30 anos, tanto homens como mulheres. Cerca de 25% dos novos diagnósticos de doença de Crohn são feitos em pessoas com menos de 20 anos de idade e, quando recebem cuidados nutricionais e médicos adequados, a maioria das pessoas com doença de Crohn consegue levar uma vida longa e produtiva.
Dieta Para a Doença de Crohn
Pacientes que sofrem desta doença, podem apresentar sintomas gastrointestinais associados ao consumo de determinados alimentos. Evitar esses alimentos desencadeantes será uma forma de descobrir quais deles estarão relacionados com os sintomas gastrointestinais como gases, inchaço, dor abdominal, cãibras e diarréia. Não existe uma dieta cientificamente comprovada para a doença inflamatória intestinal, esta será individualizada, pois cada organismo responde de forma única à dieta.
No entanto, de uma forma geral, é importante seguir uma dieta elevada em calorias e rica em proteínas, com a ingestão de refeições regulares, além de dois ou três lanches adicionais ao longo do dia. Além disso, será pertinente avaliar a necessidade de suplementação de vitaminas e minerais cuja absorção está prejudicada em decorrência da doença.
Quais alimentos devem ser evitados?
Os alimentos que desencadeiam os sintomas diferem de pessoa para pessoa com doença de Crohn. Para saber quais são esses alimentos é essencial fazer um monitoramento de sintomas por algumas semanas. Uma vez identificados os gatilhos, haverá exclusão desses alimentos da dieta até restauração da mucosa intestinal. O acompanhamento pelo profissional nutricionista pode ser uma grande ajuda nesta fase! Ele vai orientar como fazer este monitoramento e ajustar a sua dieta com alimentos que não causem sintomas da doença.
A lista seguinte contém alimentos, que pela elevada quantidade de carboidratos de cadeia curta, altamente fermentáveis, ou pela alta quantidade de gordura é provável que causem desconforto em pacientes com Crohn:
- álcool (bebidas mistas, cerveja, vinho)
- manteiga, maionese, margarina, óleos
- bebidas gaseificadas
- café, chá, chocolate
- produtos lácteos (se intolerantes à lactose)
- alimentos gordurosos (frituras)
- alimentos ricos em fibras
- alimentos produtores de gás (lentilhas, feijão, legumes, repolho, brócolis, cebola)
- nozes e sementes (manteiga de amendoim, outras manteigas de nozes)
- frutas cruas
- vegetais crus
- carne vermelha e carne de porco
- alimentos picantes
- grãos integrais e farelo
O nutricionista pode determinar se você está recebendo nutrientes essenciais através de um plano alimentar equilibrado ou se você pode precisar de suplementos. A nutrição adequada ajuda o corpo a se curar sendo importante para a sua saúde geral e para o tratamento da doença de Crohn.
Doença de Cronh e genética
A genética parece desempenhar um papel na doença de Crohn, tendo sido estabelidas relações entre a doença e mutações em genes localizados nos cromossomos 5 e 10.
Alterações nos genes ATG16L1, IL23R, IRGM e NOD2 parecem aumentar o risco de desenvolver a doença de Crohn.
Pesquisas sugerem que essas variantes genéticas afetam a presença de bactérias no sistema digestivo, que podem prejudicar a capacidade das células intestinais de responder a ela normalmente. Se as células intestinais responderem de forma anormal às bactérias, isso pode causar uma resposta inflamatória e problemas digestivos associados à doença de Crohn.
Fontes consultadas:
https://ghr.nlm.nih.gov
https://www.genome.gov
https://www.healthline.com
https://www.snpedia.com